A tarefa
de casa é uma atividade importante para a formação dos estudantes - e deve ser
incentivada por pais e professores.
A
lição de casa é importante para pais, alunos e professores.
Para o aluno, é fundamental porque faz com que ele enfrente
desafios pedagógicos fora do contexto escolar, além de ajudá-lo a construir uma
autonomia, a estabelecer uma rotina e a melhorar a capacidade de organização.
Para o professor, é uma atividade útil porque lhe permite verificar
quais são as dificuldades e deficiências dos alunos e, consequentemente, tentar
saná-las com atividades de reforço.
Para os pais, é uma maneira de acompanhar o que está sendo
ensinado na escola do filho.
Especialistas classificam a lição de casa em três tipos
diferentes:
- Lição que sistematiza conhecimentos: é o tipo de lição mais comum.
Nessa modalidade, o aluno faz exercícios, sozinho. Analisando as respostas, o
professor verifica quais são os principais problemas individuais e coletivos da
turma e pode reforçar os conteúdos em que os alunos apresentam mais
dificuldades.
- Lição preparatória: é a lição que introduz um novo tema. Antes de
começar a trabalhar um novo tema, o professor pode pedir, por exemplo, que os
alunos leiam notícias de jornais relacionadas ao assunto. Assim, antes de
introduzir o novo conteúdo, ele sonda o que os estudantes já sabem sobre ele.
- Lição de aprofundamento: é a lição em que o aluno aprofunda os temas
já estudados por meio de trabalhos mais longos. Pode ser uma pesquisa sobre
determinado assunto ou a apresentação oral de um trabalho.
"Os pais devem participar da vida escolar, sem dúvida. É
importante conversar sobre o que os estudantes aprenderam na escola, fazer uma
leitura conjunta do jornal, demonstrar curiosidade em relação à rotina de
estudos. Eles podem, inclusive, ajudar a tirar dúvidas se tiverem prazer nisso,
mas não devem fazer os exercícios pelo filho", diz Cleuza Vilas Boas
Bourgogne, da Escola Móbile. Ou seja, os pais podem ajudar, sim. Mas é
importante que não atravessem a criança. A lição de casa é, sobretudo, um
exercício que o aluno deve fazer sozinho, justamente para que os professores
descubram quais são as suas dificuldades.
O segredo é ajudar sem oferecer respostas prontas. Um exemplo:
quando a criança não sabe a grafia de uma palavra, os pais podem orientá-la a
buscar a palavra no dicionário, mas nunca dizer imediatamente o que ela
significa. Outras atitudes que podem ajudar o filho sem comprometer o
aprendizado são levá-lo até uma biblioteca ou orientar uma pesquisa na
internet. O mais importante é mesmo acompanhar, saber se a lição está sendo
feita ou se o filho está tendo problemas. Também é interessante incentivar o
aprendizado. Se a criança está estudando os diferentes tipos de árvores, uma
boa ideia é levá-la a um parque para observar a vegetação. "Os adultos não
estão proibidos de compartilhar o conhecimento com as crianças, mas também não
devem sentir-se obrigados a fazê-lo. O ideal é que os pais não façam pela
criança aquilo que ela tem condições de realizar sozinha, mesmo que o produto
não corresponda à expectativa dos adultos", orienta Eliane Palermo Romano,
da Escola Comunitária de Campinas.
Sim, a rotina é importante para que a criança e o adolescente se
organizem. Como a criança ainda não é capaz de estabelecer uma rotina sozinha -
ela não tem autonomia para organizar o seu dia e os seus compromissos, lidar
com horários, distribuir o tempo para brincar, fazer a lição, tomar banho, se
alimentar - ela precisa da ajuda dos pais nesse processo. "Os pais podem
organizar um horário com a criança e ter controle sobre o seu
cumprimento", afirma Eliane Palermo Romano, da Escola Comunitária de
Campinas. O adolescente, porém, já tem uma capacidade maior de organização, e
pode estabelecer uma rotina sozinho - ainda assim é sempre importante o
monitoramento dos pais e, em caso de dificuldade, a ajuda.
Sim, o ideal é que o estudante tenha um lugar próprio para fazer a
lição... Se tiver uma mesa adequada, espaçosa, em um local ventilado, com um
lugar para guardar todo o seu material escolar, é ainda melhor. "O
estudante deve ter um espaço definido para realizar as tarefas. Fazer a lição
assistindo TV ou no playground do condomínio não favorecerá a concentração, o
envolvimento e o capricho", afirma Eliane Palermo Romano, da Escola
Comunitária de Campinas.
Isso depende muito da idade do estudante. Até a metade do Ensino
Fundamental II, o que equivale ao 7º ano, uma hora por dia é o suficiente,
segundo Luciana Fevorini, do Colégio Equipe. A partir do 8º ano, e
principalmente, depois, no Ensino Médio, a quantidade de conteúdo aumenta
e, então, o tempo ideal passa a ser de cerca de duas horas por
dia.
"A principal função da lição de casa é justamente
complementar o trabalho do professor em sala de aula", explica Luciana
Fevorini, do Colégio Equipe. Por meio da lição, o professor pode verificar
quais são as principais dificuldades individuais e coletivas dos alunos. Quando
um conteúdo não é bem aprendido, os conteúdos seguintes podem ficar
prejudicados. Portanto, analisar a lição de casa dos alunos é uma forma de
fazer uma "recuperação" diária, trabalhando os pontos em que os
estudantes apresentam mais dificuldades. Além disso, no caso da lição
preparatória, ele pode fazer um apanhado dos conhecimentos prévios da turma
sobre determinado assunto, para decidir qual é a melhor forma de introduzir um
novo tema.
Além de ajudar o trabalho do professor, a lição de casa é uma
maneira de os pais saberem o que vem sendo ensinado na escola. Acompanhando
as
tarefas, é possível saber o que o filho está aprendendo, em que
disciplinas
ele tem mais dificuldades e se precisa ou não de aulas de
reforço. Mas atenção: acompanhar não significa fazer a lição. Ajudar o
filho
eventualmente é saudável, mas é errado resolver as questões por
ele. E é importante não se intimidar diante de conteúdos desconhecidos. Nesses
casos, o melhor é ser sincero, explicar ao filho que não sabe ou
não
lembra da matéria e fazer uma pesquisa conjunta. "A hora de
fazer a lição
de casa também pode ser um momento de compartilhar dúvidas",
diz
Cleuza Vilas Boas Bourgogne, da Escola Móbile.
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/licao-de-casa-547565.shtml