segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Mulher centenária recebe visita de alunos da E E Profª Carolina Mendes Thame

A tarde de quinta-feira do dia 06/09/2007 foi diferente para Sebastiana Madalena da Conceição, que já chegou aos 102 anos


Na sala da casa do bairro Jardim São Francisco em que vive ao lado da filha Antonia, 60, e do neto Robson, 23, ela recebeu a visita de 12 crianças animadas e curiosas em conhecer a “vó negra”. Sebastiana pouco fala, mas ficou com lágrimas nos olhos por causa do encontro e disse que achou “muito bom”.As 12 crianças –– Dayane Brito do Amaral, Beatriz Lopes Lucas, Matheus dos Santos Patreze, Vinícius Franguelli Félix, João Alves Orlando, Mikaelli Gonçalves Americano, Thainá Casadei, Lucas Thaxina, Bruno Alves da Silva, Giulia Pavinato, Marcelo Nascimento e Tayná Guerra –– são alunos das professoras Sandra Valéria Lúcio e Alessandra Grecchi, e estão na 3ª série da Escola Estadual Carolina Mendes Thame. A visita a Sebastiana representa uma junção de dois projetos das docentes: África, planejada por Sandra para destacar a importância e a valorização das raízes africanas, e o JP na Escola, do qual Alessandra participa há dois anos. “Achei que o projeto não podia ficar só na teoria da sala de aula, mas que eu deveria levá-los para conhecer pessoas da comunidade que representam exatamente esse lado da dignidade dos africanos que busco ressaltar”, diz Sandra. “Para mim essa visita representou a oportunidade que queria para fazer um exercício diferente com eles”, conta Alessandra.Além da visita, as crianças levaram no dia anterior mantimentos que arrecadaram, já que a família sobrevive com dificuldades. “Minha mãe recebe uma aposentadoria de um salário mínimo pelo Fundo Rural, eu pego material para reciclar e meu filho faz bicos como servente”, conta Antonia.Para ela, a história da mãe é realmente exemplo de resistência. “Meu pai abandonou a gente quando eu era nenê e ela criou oito filhos sozinha”, lembra. Antonia é a caçula. Joaquim, Lídia, Sebastião e Tercília estão vivos, mas Pedro, Helena a Benedita já morreram.Nascida em Itatiba no dia 10 de janeiro de 1905, Sebastiana trabalhou a maior parte de sua vida como colona numa fazenda em Corumbataí, perto de Rio Claro, e está há 47 anos em São Paulo. “Ela caiu há uns dois anos, pensei que tivesse de amputar o pé, mas resistiu”, conta. Sebastiana diz que não gosta muito de televisão, “só desenho”, e não tem nada para reclamar da vida. “Tem coisas que a gente não valoriza, ela ensina isso para a gente”, diz Mikaeli. “Ela me ensinou que a gente não pode desanimar nunca”, conta Lucas.Jornal de Piracicaba 09/09/2007

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